"querem alguns que haja maior número de feiticeiras que de feiticeiros, ou porque as mulheres mais facilmente se deixam enganar pelo Demônio, ou porque, como são naturalmente mais vingativas e invejosas que os homens, com mais curiosa malícia estudam o modo de satisfazer essas paixões"
"O que seguem essa opinião" segundo o autor, advém do uso de "feiticeira" no feminino nos próprios textos sagrados dando a entender que este "vício" é mais comum entre as mulheres. p. 63
"a feiticeira não deixarás viver" êxodo 22:18
“uma curandeira era apenas uma mulher que sabia mais do que as outras pessoas e não significava que empregava necessariamente remédios sobrenaturais” (THOMAS, 1991, p.. 167).
"A bruxa “boa” que ajudava um cliente a triunfar sobre um oponente na lei ou no amor, ou que o curava transferindo a sua doença para outra pessoa podia muito bem ser vista como “má” pelo lado prejudicado. Falando de maneira geral, acreditava-se que os curandeiros e as bruxas malévolas fossem duas espécies separadas. De vez em quando, porém, elas sobrepunham-se uma à outra" (THOMAS, 1991, p. 356).
“a noção corrente de objetividade histórica foi invertida. Que importa se a feiticeira medieval lançou ou recebeu sortilégios, se ela se casou ou não com o Diabo, se ela cometeu uma impostura ou recebeu um dom! Importa que ela acreditava em sua potência mágica e maldita, e que todo um povo acreditou com ela, e precisava acreditar. Tal é o fato histórico da feitiçaria.” VIALLANEIX, Paul. Prefácio a MICHELET, Jules. La Sorcière. Paris: Garnier-Flammarion, 1996, p. 21.
“a noção corrente de objetividade histórica foi invertida. Que importa se a feiticeira medieval lançou ou recebeu sortilégios, se ela se casou ou não com o Diabo, se ela cometeu uma impostura ou recebeu um dom! Importa que ela acreditava em sua potência mágica e maldita, e que todo um povo acreditou com ela, e precisava acreditar. Tal é o fato histórico da feitiçaria.” VIALLANEIX, Paul. Prefácio a MICHELET, Jules. La Sorcière. Paris: Garnier-Flammarion, 1996, p. 21.
Os portugueses que cruzaram o Atlântico trouxeram
consigo não apenas um projeto mercantil de exploração da América, mas também um
imaginário de medos, crenças, feiticeiras, fantasmas e outros elementos
sobrenaturais. Na Europa .Ao elaborar os limites da heresia e da ortodoxia a
Igreja Católica passou a perseguir elementos pagãos e pré-cristãos. As práticas mágicas incluindo a cura,
benzeduras, adivinhações, sortilégios e
malefícios se tornaram elementos de uma perseguição sistemática qu fornecia um
estereótipo social para a perseguição. Da mesma forma rituais e práticas
africanas e ameríndias seriam demonizadas, julgadas e punidas
Como podemos perceber a categoria "feiticeiro" e a fronteira desta com as demais práticas mágicas como: curandeiros, curadores, benzedores, adivinhos está longe de ser homogênea ou definida. Ao mudarmos a forma de reconstruirmos nosso objeto, podemos perceber que estes mágicos tiveram diferentes papéis para as elites, para o Bispado, para o Santo Ofício e para a população em geral.
Como podemos perceber a categoria "feiticeiro" e a fronteira desta com as demais práticas mágicas como: curandeiros, curadores, benzedores, adivinhos está longe de ser homogênea ou definida. Ao mudarmos a forma de reconstruirmos nosso objeto, podemos perceber que estes mágicos tiveram diferentes papéis para as elites, para o Bispado, para o Santo Ofício e para a população em geral.
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