"Houve grande carência de médicos no
Brasil-Colonial, o que motivou intensa proliferação do curandeirismo em todos
os núcleos populacionais." p. 87. RIBEIRO, Lourival. Medicina no Brasil
Colonial. Rio de Janeiro: GB, 1971.
O curandeirismo foi, assim, um mal provocado pela
necessidade, um tipo de medicina provocada na base de conhecimentos
vulgarizados, popularizados, adquiridos através do empirismo. p. 88. PRIORE,
Mary Del. Históra das Mulheres
"O conhecimento dos venenos é um dos mais poderosos
saberes herbários. Em torno desse poder extremo da planta de tirar a vida
constitui-se toda a carga simbólica da manipulação herbária: no seu limite é a
própria vida humana que lhe está submissa" p 109 Henrique
Na verdade, a fronteira entre as duas medicinas, se é
que existia, era extremamente difusa. Embora reivindicando-se de uma
"racionalidade" médica, os autores médicos do século XVIII pareciam
bem distantes do espírito crítico, realista e experimentalista que se
propagava, por exemplo, na França, onde o iluminismo se manifestava em livros
como a Enciclopédia." p.69 Henrique
"Quase sempre individual, pouco significativa em
relação à loucura européia da caça às bruxas, a feitiçaria colonial lança luz
sobre a vida da colônia no seus três séculos de existência. Foi uma das formas
de ajuste do colôno ao meio que o circundava; por vezes protegeu-o dos
conflitos, por outras refletiu as tensões insuportáveis que desabavam sobre seu
cotidiano." p. 155. Laura.
“os mineiros preferiam os “minas” exportados
principalmente de Ajudá, tanto por serem mais fortes e mais vigorosos dos que
os bantos como porque acreditavam terem eles poder quase mágico para descobrir
ouro.”p. 199. BOXER, Charles R. A Idade do Ouro no Brasil: dores e crescimento
de uma sociedade colonial. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
“... não há ministros nem justiças que tratem ou possam
tratar do castigo dos crimes, que não são poucos, principalmente dos homicídios
e furtos.” P. 168
Referindo-se à religiosidade da população das Minas
observou que: “... poucos hão de ser temidos e respeitados naquelas freguesias
móveis de um lugar para outro, como os filhos de Israel no deserto.” P. 168. ANTONIL, João André. Cultura e Opulência no
Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.
“... são dignos de abominação os feiticeiros e curadores
de palavras, e os que a eles recorrem, deixando a Deus, de quem vem todo
remédio; os que dão peçonhas ou bebidas (como dizem), para abrandar e inclinar
as vontades; os borrachos, os amancebados, os ladrões, os vingativos, os
murmuradores e os que juram em falso, ou por malignidade, ou por interesse, ou
por respeitos humanos.” P. 82 . ANTONIL, João André. Cultura e Opulência no
Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.
“... os bispos apenas se preocupam em apascentar-se a si
próprios, deixam o cuidado do rebanho a Cristo” “...esquecem que a palavra
bispo significa trabalho, vigilância, solicitude.”
p. 117-9. ROTTERDAM, Erasmo de. O Elogio da Loucura.
Lisboa: Europa-América, 1973.
Erasmo de Roterdã criticou incisivamente o estilo de
vida dos papas, cardeais e bispos do século XV. Ao contrário do que se possa
imaginar, Erasmo não era ateu ou membro de alguma seita contrária à religião
católica, mas sim um fervoroso católico holandês que viveu entre os anos de
1469 e 1536.
“Mulheres e homens despossuídos de bagagem teórica,
cirurgiões com pouca prática, curandeiras, raizeiros, benzedores, parteiras,
feiticeiros e até mesmo charlatães preencheram o vazio deixado pela medicina
oficial. Eles socorreram, prestaram auxílio e até mesmo agravaram estados de
morbidez. Na sociedade colonial, o recurso ao empirismo foi, portanto, um mal
extremamente necessário, e todas as camadas sociais o usufruíram.” P. 39.
RIBEIRO, Márcia Moisés. A Ciência nos Trópicos. São Paulo: Hucitec, 1997.
“um corpo defunto brota sangue na presença do matador”
FERREIRA, Luís Gomes. Erário Mineral. Lisboa: Oficina de Miguel Rodrigues,
1735. P. 153.
O autor de Erário Mineral atribuía diversos males sem
explicação à ação de feiticeiros.
"A vida é mais curta, a ameaça da morte é trazida insistentemente à consciencia, a ideia da morte é mais presente, as práticas mágicas para lidar com essa angústia maior, embora oculta, pela integridade da vida e do corpo, práticas que andam de mãos dadas com a maior insegurança, são amplamente difundidas." ELIAS, NORBERT. A Solidão dos Moribundos. Rio de Janeiro: 2001. p. 55.
"A vida é mais curta, a ameaça da morte é trazida insistentemente à consciencia, a ideia da morte é mais presente, as práticas mágicas para lidar com essa angústia maior, embora oculta, pela integridade da vida e do corpo, práticas que andam de mãos dadas com a maior insegurança, são amplamente difundidas." ELIAS, NORBERT. A Solidão dos Moribundos. Rio de Janeiro: 2001. p. 55.
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