sexta-feira, 7 de junho de 2013

Citações:

"Houve grande carência de médicos no Brasil-Colonial, o que motivou intensa proliferação do curandeirismo em todos os núcleos populacionais." p. 87. RIBEIRO, Lourival. Medicina no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: GB, 1971.

O curandeirismo foi, assim, um mal provocado pela necessidade, um tipo de medicina provocada na base de conhecimentos vulgarizados, popularizados, adquiridos através do empirismo. p. 88. PRIORE, Mary Del. Históra das Mulheres

"O conhecimento dos venenos é um dos mais poderosos saberes herbários. Em torno desse poder extremo da planta de tirar a vida constitui-se toda a carga simbólica da manipulação herbária: no seu limite é a própria vida humana que lhe está submissa" p 109 Henrique

Na verdade, a fronteira entre as duas medicinas, se é que existia, era extremamente difusa. Embora reivindicando-se de uma "racionalidade" médica, os autores médicos do século XVIII pareciam bem distantes do espírito crítico, realista e experimentalista que se propagava, por exemplo, na França, onde o iluminismo se manifestava em livros como a Enciclopédia." p.69 Henrique

"Quase sempre individual, pouco significativa em relação à loucura européia da caça às bruxas, a feitiçaria colonial lança luz sobre a vida da colônia no seus três séculos de existência. Foi uma das formas de ajuste do colôno ao meio que o circundava; por vezes protegeu-o dos conflitos, por outras refletiu as tensões insuportáveis que desabavam sobre seu cotidiano." p. 155. Laura.

“os mineiros preferiam os “minas” exportados principalmente de Ajudá, tanto por serem mais fortes e mais vigorosos dos que os bantos como porque acreditavam terem eles poder quase mágico para descobrir ouro.”p. 199. BOXER, Charles R. A Idade do Ouro no Brasil: dores e crescimento de uma sociedade colonial. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

“... não há ministros nem justiças que tratem ou possam tratar do castigo dos crimes, que não são poucos, principalmente dos homicídios e furtos.” P. 168

Referindo-se à religiosidade da população das Minas observou que: “... poucos hão de ser temidos e respeitados naquelas freguesias móveis de um lugar para outro, como os filhos de Israel no deserto.” P. 168.  ANTONIL, João André. Cultura e Opulência no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.

“... são dignos de abominação os feiticeiros e curadores de palavras, e os que a eles recorrem, deixando a Deus, de quem vem todo remédio; os que dão peçonhas ou bebidas (como dizem), para abrandar e inclinar as vontades; os borrachos, os amancebados, os ladrões, os vingativos, os murmuradores e os que juram em falso, ou por malignidade, ou por interesse, ou por respeitos humanos.”  P. 82 .  ANTONIL, João André. Cultura e Opulência no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.

“... os bispos apenas se preocupam em apascentar-se a si próprios, deixam o cuidado do rebanho a Cristo” “...esquecem que a palavra bispo significa trabalho, vigilância, solicitude.”
p. 117-9. ROTTERDAM, Erasmo de. O Elogio da Loucura. Lisboa: Europa-América, 1973.

Erasmo de Roterdã criticou incisivamente o estilo de vida dos papas, cardeais e bispos do século XV. Ao contrário do que se possa imaginar, Erasmo não era ateu ou membro de alguma seita contrária à religião católica, mas sim um fervoroso católico holandês que viveu entre os anos de 1469 e 1536.

“Mulheres e homens despossuídos de bagagem teórica, cirurgiões com pouca prática, curandeiras, raizeiros, benzedores, parteiras, feiticeiros e até mesmo charlatães preencheram o vazio deixado pela medicina oficial. Eles socorreram, prestaram auxílio e até mesmo agravaram estados de morbidez. Na sociedade colonial, o recurso ao empirismo foi, portanto, um mal extremamente necessário, e todas as camadas sociais o usufruíram.” P. 39. RIBEIRO, Márcia Moisés. A Ciência nos Trópicos. São Paulo: Hucitec, 1997.

“um corpo defunto brota sangue na presença do matador” FERREIRA, Luís Gomes. Erário Mineral. Lisboa: Oficina de Miguel Rodrigues, 1735. P. 153.


O autor de Erário Mineral atribuía diversos males sem explicação à ação de feiticeiros. 

"A vida é mais curta, a ameaça da morte é trazida insistentemente à consciencia, a ideia da morte é mais presente, as práticas mágicas para lidar com essa angústia maior, embora oculta, pela integridade da vida e do corpo, práticas que andam de mãos dadas com a maior insegurança, são amplamente difundidas." ELIAS, NORBERT. A Solidão dos Moribundos. Rio de Janeiro: 2001. p. 55.

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