terça-feira, 6 de março de 2012

Antigas páginas de diário 05/02/2006

Há alguns dias eu voltava de um almoço em família, andava pela calçada na beira rio, e eis que me deparo com esta criatura terna. Ela estava com o bico aberto, os olhos fechados, e os pezinhos já recolhidos, provavelmente mais alguns minutos e o sol a mataria.

Eu a coloquei dentro de meu boné e a trouxe para casa. Depois de muita sombra, vento fresco e uma boa dose de fubá com água no bico ela ficou assim, com os olhos brilhantes.

Com o tempo pulava serelepe pelo meu quarto ensaiando seus primeiros voos. Eu cuidei dela por dois dias e quantas lembranças boas permanecem.

Hoje, quando caminho, vejo o vôo das andorinhas, me sinto parte dele. É tão bom nos sentirmos próximos de algo que admiramos! Quando somos par da beleza que nos enamora. Há uma citação do Pequeno Príncipe que diz, que se você ama uma rosa, e ela está em uma estrela bem longe, e se a noite você olha o céu, todas as estrelas estarão floridas para você. Eu me sinto parte da beleza daquele vôo, daquelas acrobacias leves, que desenham os céus, de sua alegria. É como se todas as andorinhas me agradecessem por eu ter cuidado de uma delas um dia.

Coisas simples como esta só me trazem boas lembranças e me dão a certeza de que sempre vale a pena cativar tudo que é belo e bom e nos encanta. Só temos a ganhar quando aplicamos amor aos nossos sonhos, pois o amor é epidêmico e não tem limites.

Somos nós que decidimos o limite de nosso amor, e quanto do mundo podemos ver, com olhos infantis.

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