segunda-feira, 8 de julho de 2013

A adivinhação era uma prática extremamente comum na Costa da Mina e em Angola. Esperava-se, com esta prática, conhecer as intenções do outro mundo e, à partir desses sinais, ganhar favores sobrenaturais. De acordo com John Thorton "a África central era a terra dos espíritos mediúnicos por excelência" THORNTON, John, A África e os africanos na formação do Mundo Atlântico. p. 322.

Provavelmente, africanos que dominavam práticas mágicas comuns em seus territórios originais  foram demonizados e interpretados como feiticeiros pela Igreja na América Portuguesa. 

Os registros das visitações eclesiásticas mostram claramente que muitos daqueles que foram acusados de feitiçaria utilizavam em seus rituais elementos cristãos. De acordo com o africanista John Thorton boa parte dos africanos enviados para a América na categoria de cativos provavelmente "possuíam um grande conhecimento do cristianismo antes do embarque [em portos africanos]" p.335.

Alguns mágicos, quando eram questionados pelo visitador sobre as virtudes de seus poderes, negavam a prerrogativa do Bispado de que tivessem algum pacto com o demônio e, às vezes, argumentavam em defesa das virtudes sagradas de suas habilidades mágicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário