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Duguay-Trouin assalta a cidade do Rio de Janeiro em 1711 - litografia |
Sim caríssimos leitores:
Existiram piratas na costa brasileira. Eles não só atacaram e saquearam cidades como Santos e Paraty como também destruíram e dominaram inteiramente a cidade do Rio de Janeiro no início do século XVIII.
Os piratas e corsários que aqui aportaram eram em sua maioria de origem inglesa, holandesa e francesa. Estes últimos foram os que causaram maiores estragos na América Portuguesa.
Como relata Sheila Moura:
"Eles saíam de casa, do velho continente europeu, rumo aos desconhecidos mares do sul, com um apetite voraz por aventura e seus navios abarrotados de comida e água, que teoricamente deveriam durar até a próxima parada. Mas as coisas nem sempre transcorriam como o esperado. Tempestades, calmarias, incêndios e encontros nada amistosos com inimigos destruíam parte do estoque. O calor infernal dos trópicos se encarregava de fazer apodrecer o resto, o que provocava uma horripilante proliferação de vermes e doenças. Os corsários e piratas ingleses chegavam ao Brasil quase sempre famintos, depauperados, doentes e desesperados por água fresca e comida.
Muitas vezes o objetivo das frotas não era o Brasil, e sim destinos mais distantes no Oceano Pacífico: as costas da América espanhola com suas ricas embarcações abarrotadas de ouro e prata; e as rotas do oriente, onde também havia galeões carregados de tesouros. O Brasil era uma espécie de escala, quase obrigatória, antes da difícil e perigosa travessia do Estreito de Magalhães."
Em 26 de Abril de 1561 Manuel de Araújo escreveu de Londres alertando para:
...Sua Alteza de como partiam para a costa da Mina, Malagueta e daí ao Brasil a tornar a fazer o castelo de Vallaganom quatro "naos" (naus) francesas muito bem armada e com muita gente e muniçons (munições)...
O fiel defensor da Coroa Portuguesa também faz alertas ao famigerado:
Estrongurx, inglês, que queria fazer um salto na Ilha da Madeira com a letra de marca dos escoceses que lhe prometeo Millort Gemes.
E encerra:
Fico rogando por vida com saúde e acrescentamento d´estado a V. M. e a toda sua casa.De Granoyche, onde ao presente está a corte de retorno da caça, a 26 de Abril, de mil e quinhentos e sessenta e um. Servidor Verdadeiro de V. M. (Corpo Cronológico, Parte I, mç. 104, n.º 114)

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