quarta-feira, 20 de novembro de 2013

História dos Calendários



De acordo com pesquisadores  Alexandre Chermam e Fernando Vieira, ambos da Fundação Planetário do Rio de Janeiro os primeiros calendários surgiram a mais de 15 mil anos  com marcações toscas entalhadas em pedras, ossos, ou cascas de árvores. Cada dia correspondia a um novo entalhe, criando, dessa forma, uma sucessão de marcas que não necessariamente tinham a função de contextualização no tempo; mas sim de contabilizar os dias apenas.


É natural supor que esse tipo de calendário trouxe grandes frustrações.

Ao meu ver foi no Neolítico, ou seja, com a sedentarização e o início da agricultura o homem passou a se preocupar em medir o tempo, em acompanhar os astros e o ciclo das estações. 
Imaginemos um mundo sem poluição luminosa, o espetáculo que não deveria ser o céu, a via lactea inteira sem nenhuma interferência de lua, postes, torres iluminadas. Apenas escuridão e as estrelas.
O primeiro e mais fácil tipo de calendário para se acompanhar é a lua, que é cíclica. As fases da lua também davam a ideia de ciclo. 
o mês: tempo que separa duas fases idênticas da Lua.
E por fim, talvez a parte mais importante e mais sensivel ao homem, as estações do ano.






Stonehenge - idade do bronze - O chamado Período I (c. 3100 a.C.), quando o monumento não passava de uma simples vala circular com 97,54 metros de diâmetro, dispondo de uma única entrada. Internamente erguia-se um banco de pedras e um santuário de madeira. Cinquenta e seis furos externos ao seu perímetro continham restos humanos cremados. O círculo estava alinhado com o pôr do Sol do último dia do Inverno, e com as fases da Lua.

Stonehenge brasileiro -construído a 1100 anos no estado do Amapá.


Ai vem o sujeito me sugerir: alienígenas do passado. Como se anos de fome, secas, ondas de calor ou chuvas inesperadas não fossem o suficiente para fazer o homem sistematizar o tempo.

Ele explica que no caso dos calendários solares, toma-se como referência o ano trópico, cuja medição de tempo é referente ao intervalo entre dois solstícios de verão consecutivos, determinado em 365 dias e seis horas. Já os calendários lunares são baseados no período de 12 lunações, intervalo entre duas luas novas consecutivas, equivalendo, aproximadamente, a 354 dias.
Por isso, o calendário lunar tornava-se falho, pois havia uma defasagem de quase dez dias para que a Terra desse uma volta completa em torno do Sol. “As primeiras tentativas humanas de organizar o tempo seguiam o calendário lunar, o que para efeitos agrícolas não surtiram muito efeito, pois a Lua não está ligada ao ciclo das estações”, lembra o astrônomo.
Por isso o calendário árabe é falho! 
No primitivo calendário romano criado pelo rei Rômulo (753 a.C. a 717 a.C), o ano tinha 304 dias, distribuídos por dez meses. Os quatro primeiros meses tinham nomes próprios e os seis restantes eram designados por números ordinais. O ano era dividido em Martius (março), com 31 dias, dedicado a Marte; Aprilis (Abril), com 30 dias, dedicado a Apolo; Maius (maio), com 31 dias, dedicado a Júpiter; Junius (junho), com 30 dias, dedicado a Juno; Quintilis, com 31 dias; Sextilis, com 30 dias; September, com 30 dias; October, com 31 dias; November, com 30 dias; e December, com 30 dias.

Em seguida, na época do imperador Numa Pompílio (717-673a.C.), sucessor de Rômulo, foram feitas algumas modificações no calendário. Os romanos daquela época eram extremamente supersticiosos e consideravam números pares como fatídicos. Sendo assim, acabaram por abolir os meses de 30 dias, que passaram a ter 31, ou 29 dias. Além disso, aumentou-se para 12 o número de meses, sendo introduzidos Februarius, com 28 dias, deus dos infernos e das purificações; e Januarius, com 29 dias, em homenagem a Jano, deus com duas caras. Esses meses eram, respectivamente, o 11º e o 12º do ano. Com os 355 dias desse calendário, ainda havia uma diferença de 10,25 dias para o calendário solar. Para corrigir isso, era acrescentado, periodicamente, no final do ano, um mês denominado intercalar, chamado Mercedonius.
O imperador Júlio César (100- 44a.C.) tomou para si a tarefa de reordenar mais uma vez o calendário, convocando para isso o astrônomo Sosígenes de Alexandria. Dentre as modificações introduzidas, o ano se iniciaria em Januarius (Janeiro), e não mais em Martius. Para isso, ele fez com que o dia 1º de janeiro coincidisse com a primeira Lua nova depois do solstício de inverno, que naquela época se dava em 25 do mês 12. Júlio César atendeu, assim, a antigas crenças dos calendários solar e lunar. A partir dessa reforma, o mês Quintilis passou a se chamar Julius (julho), em homenagem ao imperador romano.

Julho - Júlio Cézar 
Agosto - Augustus - Imperador
Já o calendário gregoriano, como o que conhecemos hoje, foi instituído pelo Papa Gregório XIII, em outubro de 1582. Segundo a pesquisa feita por Alexandre Cherman e Fernando Vieira, mesmo após a reforma juliana, havia algumas incorreções que só se tornaram perceptíveis depois de muitos séculos. Com a reforma feita por Júlio César, passou-se a considerar o ano com 365 dias, havendo a intercalação de quatro em quatro anos de um ano com 366 dias, o que tornava, na média, a duração do ano com 365 dias e seis horas exatas. Mas como o ano trópico tem 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 47,5 segundos (restando, portanto, uma diferença de 11 minutos e 12,5 segundos), a cada quatro anos aumentava-se 24 horas, quando na verdade deveria aumentar-se 23 horas, 15 minutos e 10 segundos.

A adoção do calendário gregoriano, como podemos imaginar, foi aceito facilmente nos países católicos e, mais tarde, para os países de maioria protestante.





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