quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Análise histórica da Batalha de Termópilas e os 300 de Esparta




Os quadrinhos de Frank Miller e a adaptação para o cinema que trás Gerard Butler como o rei Leônidas à frente de 300 hoplitas espartanos popularizaram a batalha das Termópilas no ano de 480 a.C. O mote central da obra é o sacrifício desses 300 espartanos contra a invasão do Império Persa, numericamente muito maior. Leônidas é o heróico rei espartano e rival do arrogante Xerxes com seus milhares de seguidores. 


Muitos me perguntam por que os persas escolheram um terreno tão complicado para envolverem-se em uma batalha contra os gregos? Eram realmente apenas 300 espartanos lutando contra milhares e milhares de persas? Por que a esquadra de Xerxes simplesmente não contornou o estreito e desembarcou soldados na retaguarda da falange liderada por Leônidas?

Para todas essas perguntas há uma resposta:

Bom, para início de conversa não eram 300 espartanos contra milhões de persas. Foram 7000 hoplitas gregos, de diversas cidades da hélade contra 250 mil persas.

http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2007/not20070326p884.htm

Heródoto, por outro lado, nos dá um número "exato" de combatentes do lado persa: "CLXXXVI — Embora o número dos guerreiros fosse assaz considerável, penso que o dos criados que os seguiam, dos tripulantes dos navios de abastecimento e dos outros serviços da frota era maior ainda, ou pelo menos igual. Xerxes, filho de Dario, conduziu, assim, até Sépias e as Termópilas, cinco milhões duzentos e oitenta e três mil duzentos e vinte homens." Heródoto ainda ressalta chegou a esse número sem considerar: eunucos, cozinheiras, concubinas, bestas de carga e até os cachorros. É muita fanfarronice do pai da História.


Temistocles foi o nome da defesa naval da Hélade. E muitos historiadores atribuem a ele o planejamento de defesa naval e terrestre da Grécia. Apesar da inferioridade numérica, eles conheciam os pormenores do mar egeu, 




A sustentação do exército grego estava na infantaria. Os hoplitas eram soldados equipados com equipamento pesado que deveriam armar-se por seu próprio pecúlio. Seu armamento compunha-se basicamente de:

  • Dóri - (lança de madeira com ponta de ferro media, em média, 2 metros, possuía 5 cm de diâmetro e pesava de 1 a 2 quilos. Há uma ponta de ferro mortífera e, na base, uma coronha de ferro para dar equilíbrio para a lança. Mais tarde, durante o período macedônico, as Dóris foram substituídas pelas Sarissas, lanças de 4 a 7 metros).
  • o Hóplon - (escudos feitos de bronze ou madeira com uma camada de bronze e pesavam entre 7 a 9 quilos e possuíam 90 cm de diâmetro), a alça desses escudos foi criada no século VI a. C. e revolucionou as formas de combate. A chamada alça argiva permitia ao hoplita passar seu braço por uma tira de couro ao centro, segurando firmemente com a mão em uma alça de bronze na extremidade do escudo. Isso garantia mais força e a possibilidade de usar o escudo como uma arma, afastando, golpeando e criando espaços para golpes de espadas curtas. Era costume entre os hoplitas pintarem imagens pessoais em seus hóplons. Os escudos dos persas possuíam apenas uma alça central, como se eles segurassem uma tampa de panela.
  • O elmo conrinthio era feito de bronze em uma peça única. Pesavam m média 4 quilos.
  • Lamellar - A couraça peitoral era mais sofisticada do que uma simples peça única de bronze. Tratava-se de armaduras laminares com camadas de linho, couro e bronze. Poderiamos dizer que foi a primeira peça de Kevlar.
  • Xiphos - a arma secundária de todo hoplita é uma espada de dois gumes com 60 a 90 cm de altura. 








 A infantaria persa não era preparada para enfrentar esse tipo de organização militar. Estavam acostumados a dispersar exércitos tribais nas planícies abertas da Ásia menor. Entretanto, nas termópilas depararam-se com uma enorme parede de bronze e músculos determinada a proteger o estreito.

Estrategicamente, é o defensor quem escolhe onde e quando ocorrerá a batalha, onde o exército invasor será finalmente detido. Nesse sentido, há um enorme mérito dos comandantes gregos ao escolherem um terreno que afunilou o numeroso exército persa, não permitiu o uso de cavalaria, 

Além disso, toda a Grécia era um terreno extremamente complicado de avançar. A razão de existirem tantas cidades-estado que, apesar de falarem a mesma língua e cultuarem os mesmos deuses, mantinham-se isoladas e independentes explicava-se pelo terreno que isolava essas comunidades.

Ombro a ombro, a falange hoplitica portava-se como uma rocha, na qual levas e mais levas de infantaria leve de persas batiam como ondas.

O trirreme funciona mais como um ariete marinho. Foi feito para ser leve, ágil e para chocar-se com outros navios. Era feito de Pinus, e sua ponta era de cedro com uma cobertura de cobre ou bronze. 27 metros de comprimento por 5,5 de largura. 

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