terça-feira, 16 de julho de 2013

A partir do instante que o número de africanos embarcados para a diáspora atlântica ultrapassou o número de cativos transaariano enviados para a região do Magrebe e para as cortes europeias o tráfico tomou uma nova proporção. É nesse instante que "o comércio negreiro deixa de ser apenas uma entre várias atividades ultramarinas iniciadas com os Descobrimentos e converte-se no principal esteio da economia no Império do Ocidente." ALENCASTRO, p. 78.Dentro desse contexto, a importância do Rio de Janeiro e de Salvador  é indiscutível. Muito além do comércio pendular entre colônia e metrópole, as praças fluminense e baiana tornaram-se ponto de convergência, articulação e destino das rotas atlânticas e orientais do Império ultramarino português. É através desses portos que os africanos que abasteceram a economia da região centro-sul passaram.

Eduardo França Paiva aponta que africanos provenientes da Costa da Mina desembarcaram no porto de Salvador enquanto no porto do Rio de Janeiro chegaram, majoritariamente, Angolas e Congos. Isso significa que "uma parcela de escravos, durante as décadas de dez e de oitenta do século XVIII, chegara às Minas pela Bahia e que outra parcela, menor, chegara pelo Rio de Janeiro". PAIVA, Eduardo França. Escravidão e Universo Cultural na Colônia. p. 72.

O mais importante a ressaltar é que, desde muito cedo, durante todo o processo de ocupação  durante o século XVIII, a região das Minas foi profundamente marcada pela pluralidade étnica e, consequentemente, cultural. Este fato terá uma importância capital para a constituição de um universo mágico multifacetado.

NOTA: É importante ressaltar que a documentação oficial trás definições como "Mina" e "Angola" sem considerar a região de origem dos africanos, mas, sobretudo, o porto de embarque ou a região de captura do cativo.




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