sexta-feira, 12 de julho de 2013

Na região das Minas, como em outras partes da colônia, reuniram-se elementos culturais e religiosos de três matrizes diferentes criando uma série de camadas sobrepostas de religiosidade popular e práticas pagãs.

Os portugueses traziam consigo, além da expectativa de enriquecimento, um leque de superstições, práticas pagãs, medos e heterodoxias em desarmonia com a fé católica. No entanto, apesar de venerarem os Santos e comparecerem publicamente nas cerimônias religiosas, sentiam-se também atraídos pela feitiçaria. Misturavam ensinamentos e dogmas católicos com práticas mágicas na tentativa de lograr sucesso em sua faina diária.

Os ecos da reforma tridentina ocorrida no século XVI  demoraram a surtir efeito do outro lado do Atlântico. O controle episcopal se estendeu sobre a vida dos colonos

"A importância teológica da salvação como critério de ortodoxia não passava desapercebida pelos laicos. As pessoas entendiam claramente as implicações de não acreditar que o caminho da salvação passava exclusivamente pela Igreja." p. 287.

Obviamente não podemos determinar se feiticeiros, curandeiros, benzedores e adivinhos foram denunciados apenas por suas práticas ou se, por outras razões, denunciantes pensaram que as visitações seriam uma boa maneira de dar prosseguimento aos seus problemas com estes mágicos. Não obstante, encontramos muitos cirurgiões denunciando, sobretudo, curandeiros e benzedores. Ao fazer a denúncia aos visitadores os agentes oficiais de cura tinham consciência da gravidade teológica que seus antagonistas tinham cometido.

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